Procedimento que “reprograma” células adultas é mais uma esperança para cura de doenças.
Para “driblar” o impasse ético e religioso que envolve as pesquisas com células-tronco, os pesquisadores apostam em células-tronco adultas reprogramadas em laboratório como alternativa viável para pesquisas e evolução do conhecimento científico. Ao modificar, em laboratório, as características de células-tronco adultas para que possam ser mais versáteis – que então recebem o nome de pluripotentes induzidas (IPS cells, na abreviação em inglês) –, os cientistas passam a contar com células-tronco “artificiais” – livres, portanto, das polêmicas que envolvem essas pesquisas.
“As células-tronco pluripotentes induzidas ainda estão sendo estudadas e ainda devem evoluir tecnologicamente, mas mesmo assim já representam um grande avanço nas pesquisas com biotecnologia no mundo”, observa o professor Carlos Menck, presidente da Sociedade Brasileira de Genética (SBG). “Isso certamente deve acelerar descobertas importantes para o tratamento e prevenção de doenças e para aumentar ainda mais nossa compreensão sobre tudo o que envolve o corpo humano”.
As células-tronco têm a capacidade de se renovar continuamente após a divisão celular e são vistas pela comunidade científica como um novo caminho para a descoberta de novos tratamentos para inúmeras doenças. Segundo o professor Menck, entre as células-tronco mais conhecidas, as embrionárias são as mais versáteis. “Elas são capazes de se transformar em diversos tecidos do corpo humano, mas só podem ser adquiridas nos cinco primeiros dias após a fecundação e após este período os embriões são descartados, por isso algumas religiões são contra as pesquisas para obtenção de células-tronco embrionárias”.
As células-tronco adultas estão presentes em diversos órgãos do corpo e são capazes de se transformar em células do tecido em que são feitas. Sua função é repor as células que morrem diariamente. São células que podem ser encontrados no cordão umbilical, tecido adiposo, polpa dentária, sangue menstrual, líquido amniótico, couro cabeludo, cérebro, retina, pele, medula óssea e músculos. Contudo, possuem a limitação de se diferenciar em poucas linhagens celulares além dos tecidos onde estão presentes.
Para Menck, o estudo das células-tronco induzidas e as suas possibilidades de uso enchem de esperança médicos, cientistas e portadores de doenças até hoje incuráveis. “Elas poderão ser utilizadas para substituir tecidos doentes ou lesionados, ou no lugar de células que o organismo deixou de produzir”.
Fonte: Revista Fator
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