Duração: 02:23
Autor: RBS TV RS
Publicado em: 08/04/09
O que é uma célula-tronco? Célula-tronco ou célula mãe é uma célula indiferenciada, capaz de se transformar em todos os tipos de células que formam os diferentes tecidos do corpo humano. Por isso,elas são capazes também de regenerar órgãos e tecidos lesionados, promovendo a recuperação dos mesmos. Este tipo de tratamento chama-se TERAPIA CELULAR.
Duração: 02:23
Autor: RBS TV RS
Publicado em: 08/04/09
Surgidas a partir do desenvolvimento do zigoto, as células-tronco embrionárias têm a capacidade de gerar todos os tipos celulares existentes no organismo adulto.
O corpo humano é formado por cerca de 200 tipos distintos de células, que se juntam de diversas maneiras a fim de constituir nossos tecidos. Assim, temos células tão diferentes como as células musculares, com a capacidade de se contraírem e de realizar trabalhos mecânicos; as células nervosas, que geram e transmitem os impulsos nervosos; as células do fígado, responsáveis pela desintoxicação do organismo; certas células do pâncreas, que produzem insulina; e outras.
Todas essas células, em última análise, provêm de uma única célula inicial, resultante da fecundação de um óvulo por um espermatozóide, a chamada célulaovo ou zigoto. Ao longo do desenvolvimento embrionário, essa célula se divide e, em seguida, as células-filhas fazem o mesmo e assim por diante. À medida que ocorre essa multiplicação celular, as células-filhas vão tomando diferentes “decisões”, adquirem uma morfologia própria e se especializam numa função específica, participando dessa forma da construção do organismo.
Somos então levados à surpreendente conclusão de que o zigoto deve conter, em suas instruções genéticas, todas as informações necessárias à formação de todas essas células. E de fato, o zigoto pode ser considerado a célula-tronco prototípica, isto é, uma célula totipotente, capaz de dar origem a todos os tipos celulares existentes num organismo adulto.
Uma célula-tronco (em inglês, stem cell) é, portanto, uma célula não especializada, ou seja, que ainda não se diferenciou em nenhum tipo celular específico. Nesse sentido, o termo tronco (ou “haste”, que é o significado da palavra stem na língua inglesa) é muito adequado. Imagine uma árvore na qual o tronco principal, único, se ramifica em vários galhos, e cada galho em outros ainda mais delgados, e assim por diante até chegarmos às folhas. Essa árvore representaria então o desenvolvimento embrionário de um animal: desde o zigoto até a efetiva formação de todos os diferentes tipos celulares presentes no corpo do adulto.
As células-tronco mostram três propriedades fundamentais: auto-renovação, proliferação e diferenciação. Na auto-renovação, que ocorre por mitoses, as células-tronco geram cópias idênticas de si mesmas. O importante, nesse caso, é que a população dessas células pode manter seu número mais ou menos constante, mesmo quando parte delas segue o caminho da diferenciação (ou seja, o organismo mantém um “estoque” permanente daquelas células-tronco). A proliferação, também por mitoses, garante um número adequado de células-tronco num dado local do organismo, em um determinado momento de seu desenvolvimento. A diferenciação permite o surgimento de tipos celulares distintos, em termos morfológicos e funcionais e, por extensão, de tecidos e órgãos especializados. O processo de diferenciação é regulado pela expressão preferencial de genes específicos nas células-tronco, mas ainda não se sabe em detalhes como ocorre. Certamente, isso depende também do microambiente em que a célula-tronco está inserida — ou seja, pela influência exercida pelas células da vizinhança e pela presença (ou ausência) de variados fatores de diferenciação celular. Algumas células do nosso corpo, como os neurônios e as hemácias, atingem um estado diferenciado e maduro e a partir de então não mais se dividem. Já algumas outras células, embora usualmente não se dividam, podem fazê-lo rapidamente quando expostas aos sinais apropriados. Um exemplo disso são as células-tronco adultas, presentes em várias partes do corpo humano, que passam a se dividir quando ocorre uma lesão naquele tecido, a fim de compensar as células perdidas. Já dissemos que a célula-tronco por excelência é o zigoto, porque ela é uma célula totipotente, isto é, capaz de formar tanto o embrião (e, portanto, todo o organismo adulto) como também uma estrutura extraembrionária, a placenta. O processo de clivagem (ou segmentação) do zigoto produz então, por volta do terceiro ou quarto dia após a fecundação, uma estrutura chamada mórula, composta por 16-32 células num arranjo compacto, que lembra uma amora. Nesta etapa as células que compõem o embrião ainda são totipotentes. Etapas iniciais no desenvolvimento embrionário humano. Por volta do quinto dia, o embrião humano encontrase na fase de blastocisto, um estágio de 32-64 células com a forma de uma esfera oca. A camada mais externa de células dessa esfera, chamada trofoblasto, dará origem aos tecidos extra-embrionários (placenta). No interior da esfera, um agrupamento de células localizado em um dos lados da cavidade (a massa celular interna ) dará origem ao embrião propriamente dito. As células da massa celular interna já não apresentam um potencial tão completo de diferenciação quanto o das células anteriores: são capazes de dar origem a todas as estruturas do embrião, mas não aos tecidos placentários. Essas células são então consideradas células-tronco pluripotentes.Características das células-tronco
Nem todas as células-tronco têm o mesmo potencial para a diferenciação
Blastocisto humano de cinco dias, mostrando o trofoblasto e a massa celular interna (ou embrioblasto). À medida que o embrião se desenvolve, as células que o compõem mostram um potencial para diferenciação cada vez menor. Passamos então de células pluripotentes para células multipotentes (isto é, capazes de dar origem a um número menor de células especializadas) e destas para as células progenitoras (ou precursoras). As células progenitoras já não podem ser consideradas como células-tronco, pois ao se dividir não produzem outras células progenitoras similares. Ao contrário, as células resultantes da divisão adquirem uma morfologia e fisiologia próprias, especializando-se no desempenho de uma tarefa específica no organismo (células diferenciadas). Retomando a imagem da “árvore” que fizemos anteriormente, representando o desenvolvimento embrionário até a formação de um organismo adulto, veríamos que, a partir dos galhos mais grossos (células-tronco pluripotentes), os ramos vão se bifurcando (células-tronco multipotentes) e ficando cada vez mais finos (células progenitoras), até chegarem às folhas (que representam os tipos celulares já completamente diferenciados). Fonte: veja.abril.com.br Dúvidas comuns