Familiares de portadores de males degenerativos e paralisia têm apostado na alternativa, ainda sem cura comprovada, que pode custar até R$ 150 mil
ALECY ALVES
Da Reportagem
O que fazer quando se descobre que alguém da família, filho, mãe ou pai está condenado a viver em cima de uma cama, tetraplégico, ou a morte em decorrência de uma doença degenerativa? Tudo, certamente seria a reposta unânime.
O tratamento pela célula-tronco, uma luz avistada no fim do túnel, está sendo usado pelos cuiabanos muito mais do que se pode imaginar.
Como no Brasil a legislação ainda não permite a aplicação desse recurso, várias famílias daqui foram buscá-lo na medicina chinesa. O tratamento é caro, pode ultrapassar os R$ 150 mil, entre os procedimentos médico-hospitalares, custos com viagem, estadia e outros gastos.
Há uma semana, o advogado Luiz Fernando Neves retornou da China com a mãe, dona Edenil Neves, 65 anos. Portadora de mal de Alzheimer há oito anos (a forma mais comum de demência, incurável e terminal), Edenil passou 30 dias na China e fez seis aplicações de células-tronco.
Nesse processo da sonhada recuperação, ainda sem comprovação médicas sobre sua eficácia, a dona-de-casa, conforme seu filho Luiz Fernando, já apresentou avanços significativos nas condições de saúde. Luiz Fernando contou que quando deixaram Cuiabá rumo à China, dona Edenil praticamente não dormia e pouco se alimentava, somente com produtos pastosos e levados à sua boca por outra pessoa. Estava muito debilitada, sem forças até para caminhar.
A célula-tronco, contou Luiz Fernando, não a curou, mas a trouxe de volta ao convívio familiar. Edenil, assegurou seu filho, passou a apresentar momentos significativos de lucidez, algo que já havia desaparecido, está dormindo e se alimentando normalmente. Além disso, recuperou as forças e está caminhando sozinha.
Luiz Fernando disse que levou a mãe à China com o apoio dos médicos paulistas que a assistem. Lá, informou, não recebeu garantia de cura, a família aceitou fazer a terapia na expectativa de estancar o processo degenerativo causado pelo Alzheimer. “Nos disseram que perceberíamos melhoras num prazo de três a seis meses, está acontecendo antes”, atestou.
A família do pequeno Vitor da Silva Oliveira, 4 anos, praticamente se mudou para a principal praça de Cuiabá, a Alencastro, para uma campanha de arrecadação de recursos para levá-lo a um hospital do sul da China. Há uma semana, Marilene Oliveira Santos, uma jovem de pouco mais de 20 anos, passa o dia sob uma tenda pedindo doação ao lado do filho.
Com o apoio de alguns amigos, ela pretende ficar 30 dias na praça. Até solicitou uma licença (alvará) na prefeitura de Cuiabá para fixar a tenda no logradouro. Marilene e o marido Edvitor Silva esperam arrecadar R$ 150 mil para a terapia do filho.
Nos últimos anos, a mãe do pequeno Vitor tem passado muitas horas pesquisando na internet sobre o uso e os resultados da aplicação de células-tronco em portadores deficientes. Ela criou um blog no qual pede ajuda e fala da rotina do filho (todosporumsonho.blospot.com) Vitor, que nasceu com paralisia cerebral, não fala e vive em uma cadeira de rodas. Ela já o levou para hospital de reabilitação motora fora do Estado, mas agora só pensa no que a China pode fazer com o menino.
Fonte: Diário de Cuiabá
Blog: Todos Por Um Sonho
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