A unidade do Banco de Cordão Umbilical Brasil (BCU Brasil) no Rio Grande do Sul realizou a primeira coleta no Estado, em Rio Grande, no começo do mês de setembro. O procedimento foi realizado pelo médico obstetra Ari Gonçalves Lima na paciente Fabiana Bortolini. Conforme o médico, atualmente, as células tronco do sangue do cordão umbilical podem ser utilizadas em procedimentos de transplantes ou terapia celular para diversas doenças autoimunes, como leucemias, diabetes, anemias, entre outras.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90 doenças já podem ser tratadas com a utilização de células tronco, e outras tantas estão sendo pesquisadas. Lima informou ainda que o procedimento é simples, indolor e sem riscos para a mãe ou para o bebê, já que a coleta é feita a partir do sangue do cordão umbilical ou da placenta logo após o parto.
Segundo informações do BCU, a vantagem de coletar o material do cordão umbilical é que, por ser uma célula jovem que ainda não sofreu nenhuma influência de fatores externos (estresse, tempo, medicamentos, infecções, alterações de temperatura), tem demonstrado expressiva vantagem em sua eficácia terapêutica.
Outro diferencial, de acordo com o master franqueado do BCU no RS, Guilherme Osório, é que o material terá 100% de compatibilidade com o bebê, além da possibilidade de ser utilizado em parentes próximos, em especial os pais. Guilherme explicou ainda que atualmente, já existe sangue de cordão congelado por 20 anos, no entanto, o período máximo de armazenamento é indeterminado, “por ser uma descoberta recente, o prazo ainda está sendo observado”, comentou.
A estudante de medicina, Fabiana Bortolini, e o marido, o médico clínico César Henriques Pereira Júnior, decidiram coletar o material da filha, Carolina Bortolini Henriques, que nasceu às 7h15min, do último dia 3 de setembro, em função dos diversos benefícios que, conforme Fabiana, já são comprovados.
“Esperamos nunca precisar, mas decidimos fazer a coleta como uma espécie de seguro”, contou a mãe. Ela explicou que por ser da área médica, tanto ela quanto o marido, acompanham as pesquisas, sobre tratamentos com células tronco retiradas do cordão umbilical, desde o início. “Ainda há pouca divulgação no Brasil, mas são milhões de benefícios”, disse. Ela também comentou que existem outras empresas no Rio Grande do Sul que armazenam o material, como a HemoCord, no entanto, a BCU é a única que possui uma enfermeira especializada em Rio Grande, apesar de o material ser armazenado em laboratório situado em São Paulo.
Ari Lima informou que o preço inicial da coleta é de R$3,8 mil, que podem ser parcelados, e a manutenção é de R$600 anuais. “Um valor acessível, mas que pode baixar com uma maior divulgação do assunto”, constatou. Ele também disse que nenhuma porcentagem do valor é repassada ao médico, já que o procedimento da coleta é realmente muito simples.
Por Tatiane Fernandes
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Fonte: Jornal Agora
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