O que é uma célula-tronco?
Célula-tronco ou célula mãe é uma célula indiferenciada, capaz de se transformar em todos os tipos de células que formam os diferentes tecidos do corpo humano. Por isso,elas são capazes também de regenerar órgãos e tecidos lesionados, promovendo a recuperação dos mesmos. Este tipo de tratamento chama-se TERAPIA CELULAR.
Tratamento de paralisia cerebral utilizando células estaminais do cordão umbilical.
As células-tronco, também conhecidas como células-mãe ou, erradamente, como células estaminais, são células que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras.
O principal objetivo das pesquisas com células-tronco é usá-las para recuperar tecidos danificados por essas doenças e traumas. São encontradas em células embrionárias e em vários locais do corpo, como no cordão umbilical, na medula óssea, no sangue, no fígado, na placenta e no líquido amniótico. Nesse último local, conforme descoberta de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Wake Forest, no estado norte-americano da Carolina do Norte, noticiada pela imprensa mundial nos primeiros dias de 2007.
Maria Luisa natural de Lagoa Vermelha, nasceu prematura de 27 semanas e com sérias complicações: doença de membrana hialina, 2 pneumotórax, crises convulsivas, hemorragia intracerebral, icterícia neonatal entre outras. Hoje com 4 anos Malu ainda não tem postura tronco, não senta, não fala e não caminha.
O caso de Malu foi aceito pela Beike, clínica na China para realizar o tratamento com células-tronco, porém, o custo desse tratamento são R$ 100.000,00.
A família não tem condições de arcar com o custo elevado do tratamento e pede a solidariedade dos familiares e amigos para que possam tornar o sonho de encontrar a cura para a pequena, real!
Ajude a família de Malu levá-la à China e irem em busca da esperança de cura.
Tratamento com Células-Tronco...Eu acredito !!!
Dados para Doação:
MARIA LUÍSA HALWACKS DA SILVA. Caixa E Federal AGÊNCIA 0488 OP 013 CONTA 42859-7
Acesse o site: http://www.ajudeamalu.com.br
Comunidade no Orkut:Ajude a Malu http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=99106997
Yoko está iniciando uma campanha de arrecadação para um tratamento com células-tronco realizada na China. Há 5 anos uma pessoa pulou em cima do pescoço de Yoko numa cama-elástica dentro do Shopping Plaza de Casa Forte que fica na zona Norte do Recife. Yoko Fraturou a c5 e a c6 e ficou tetraplégica.
Desde então, não foi indenizada por ninguém. Gastos e mais gastos com cirurgia, fisioterapia, medicamentos, transporte etc fazem parte do orçamento diário da jovem. Ela não tem condições de arcar com as despesas deste tratamento, pois o custo total com passagens ida e volta, hospedagem e alimentação sai uma média 85.000 mil reais.
Ajude a Yoko realizar o sonho de ir em busca da esperança de cura e poder voltar a andar.
Dados da conta para doação:
Banco do Brasil Ag: 3056-2 Conta Poupança: 8640-1 Yoko Farias Sugimoto
Com vinte dias de vida, Rodrigo começou a ter inúmeras crises convulsivas, hipoglicemia, síndrome de west, tem erros inatos do metabolismo, o que ocasionou uma paralisia cerebral grave, mais ou menos uns 80% de seu cerebro foi afetado. Ele teve inumeras internações por pnemonias, coma, convulções, muitas vezes em um leito de hospital lutando para sobreviver.
Rodrigo é totalmente dependente e as dificultades de locomoção são muito grandes pelo fato de ele não ter sustentação nenhuma do corpo, até hoje tem crises convulsivas em sono.
Conheça mais sobre a história do Rodrigo no Blog e saiba como ajudá-lo a realizar o sonho de ir em busca de uma qualidade de vida melhor, o tratamento com células-tronco !
Blog do Rodrigo: http://campanharodrigohenrique.blogspot.com
Conta para Doações: Banco Bradesco Agencia 438-3 Conta Poupança 1006624-7 Favorecido: Rodrigo Henrique Ramos
Blogger de Luciana (da novela viver a vida) entra no ar e publico pode participar
A ficção vai se misturar com vida real desde do capítulo desta terça-feira, dia 9, em "Viver a vida". O blog que Mia (Paloma Bernardi) criou para Luciana (Alinne Moraes) na novela vai existir na internet.
A pedido de Jayme e Manoel Carlos, a equipe de internet desenvolveu um blog de verdade. A ideia é que as pessoas se comuniquem com a Luciana (personagem) sobre o que ela está vivendo e escrevendo.
E a via será de mão dupla. Eventualmente, o autor pode incluir na trama algum comentário de internauta que achar interessante, que aparecerá como se Luciana estivesse “blogando”.
Nathan Channoschi em busca da superação, ele tem nove anos e é portador de PARALISIA CEREBRAL.
Para conseguirmos levar o Nathan para a China, criamos a maior corrente de solidariedade de todos os tempos, com a finalidade de arrecadar fundo e assim levá-lo para realizar o tratamento de Células Tronco.
Doe R$1,00 (Um real). Demais quantias serão de grande valia.
As doações podem ser feitas pelo banco:Caixa Econômica Federal.
Favorecido: Nathan Channoschi de Souza Anastácio
Banco: Caixa Econômica Federal Agência: 3004 Operação: 013 Conta Poupança: 4188-4
Nesse momento, o Nathan precisa muito de sua ajuda, sendo assim pedimos a colaboração de todos para conseguirmos custear seu tratamento.
Muitas pessoas acham que o tratamento com células tronco é inseguro, que nós submetemos Clara a um procedimento que poderia causar câncer, que poderia haver rejeição por conta do sistema imunológico e outras coisas mais.
Para essas pessoas eu gostaria de afirmar que só levamos Clara para a China porque nós já sabíamos que era seguro e hoje os americanos divulgaram uma pesquisa que confirma o que os chineses já estão fazendo comercialmente desde 2001.
A empresa que fez o tratamento de Clara já havia me dito EXATAMENTE isso que o estudo americano apontou.
Porém, para algumas pessoas, só tem validade se os “americanos” disseram que está certo, né?
Pois bem!
É para essas pessoas que eu tenho a SATISFAÇÃO de escrever agora.
Quem assistiu ao Jornal Nacional do dia 18/01/2010 viu na Reportagem de Abertura que os americanos fizeram uma “Descoberta que revolucionou o tratamento de Leucemia”.
Todos nós sabemos que o grande problema do tratamento de Leucemia está JUSTAMENTE em encontrar um doador compatível.
A reportagem do Jornal Nacional mostrou que os americanos descobriram que as células tronco de cordão umbilical não tem as características necessárias para provocar rejeição no sistema imunológico! Ou seja, não é necessário encontrar um doador compatível!
Não há rejeição!
Ora… o tratamento que Clara fez usa EXATAMENTE células tronco de cordão umbilical!
Aproveito para lembrar também que o transplante de medula óssea nada mais é do que um transplante de células tronco ADULTAS. Ou seja, nos mais de 40 anos de história de transplantes de medula óssea, NENHUMA pessoa tratada desenvolveu tumores como resultado do tratamento.
Novamente esse foi EXATAMENTE o tratamento ao qual Clara foi submetido.
Como falei anteriormente, nós já sabíamos disso antes mesmo de fazer o tratamento em Clara, pois fomos informados. Porém, é muito bom ter um ESTUDO que comprova a VIABILIDADE e a SEGURANÇA do tratamento com células tronco feito por Clarinha!
Quem quiser assistir, veja o vídeo abaixo e a reportagem do Jornal Nacional na íntegra, segue o link:
Repassando o pedido de Patrícia, mãe do Carlos Henrique:
Queridos Amigos,
Segue o panfleto da campanha que visa arrecadar recursos para o tratamento de meu filho Carlos Henrique, um garoto cheio de vida que merece voltar a enxergar em toda sua plenitude.
Ajude com o que puder e repasse o panfleto, para que outros possam contribuir também.
Um Feliz Natal e um Ano Novo Cheio de Saúde e Realizações.
Patrícia Porto. Feira de Santana, Bahia 75 8801-1695
"Viver a Vida": Filho de Marcos e Helena faz Luciana voltar a andar
Aguardado ansiosamente por Marcos (José Mayer) e Helena (Taís Araújo), o filho do casal trará, além de muitas alegrias, uma surpresa pra lá de emocionante. Segundo a revista Tititi, o bebê será responsável por doar suas células-tronco para que Luciana (Alinne Moraes) consiga voltar a andar.
Ainda de acordo com a publicação, inicialmente, o autor da trama, Manoel Carlos, deixaria Luciana sem o movimento das pernas e ela terminaria a novela na cadeira de rodas, para mostrar que os cadeirantes também podem ter uma vida normal. No entanto, os pedidos para que a personagem volte a andar foram muitos e, por isso, a solução encontrada foi a reabilitação através das células-tronco.
Ao que tudo indica, isso só deve acontecer nos últimos capítulos da trama, após um longo período de tratamento no exterior, sempre com a ajuda do médico e então namorado Miguel (Mateus Solano).
Célula-tronco: sucesso no tratamento de vítimas de AVC
As células-tronco estão mudando a vida de pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral.
A reportagem é de Laura Medina, de Porto Alegre (RS).
No sul do país, uma pesquisa para tratamento de derrame com células-tronco mostra que a técnica pode ser eficiente para diminuir as seqüelas causadas pelo acidente vascular cerebral (AVC).
O hospital da PUC em Porto Alegre (RS) está fazendo três pesquisas com células-tronco adultas que podem ajudar no tratamento de pacientes com coração dilatado e problemas nos nervos que controlam os movimentos dos braços e das pernas. O estudo também tem como alvo pacientes com isquemia vascular extensa. Este tipo derrame é causado por um coágulo de sangue que obstrui uma artéria do cérebro. O fluxo sanguíneo é interrompido e o oxigênio não chega ao tecido cerebral. O neurologista Maurício Friedrich salienta que a probabilidade de uma seqüela é grande e, nesses casos, não há tratamento.
As células-tronco são retiradas da medula óssea do próprio paciente. E, por um cateter, são introduzidas na perna até a parte lesada do cérebro.
Os resultados dos primeiros pacientes que utilizaram a técnica surpreenderam.
Imagina-se que possa haver uma substituição desse tecido cerebral lesado por essas células que podem propiciar o crescimento de novos neurônios e também das substâncias que ligam os neurônios.
Aos 41 anos, Ângela Maria Athanásio nunca pensou que, tão jovem, sofreria um derrame. Ela conta que estava numa parada de ônibus quando sentiu uma dormência muito forte em todo o lado esquerdo do corpo. Aí, sentiu dor de cabeça e não consegui mais caminhar.
Com as células-tronco, em 15 dias, já se sentia melhor, e hoje, dois meses depois, diz que está nova.
Os médicos ainda estão estudando a parte do cérebro da paciente que recebeu a injeção de células-tronco. Querem saber se a técnica representa algum risco.
Para afirmar categoricamente que essa paciente teve um benefício com células-tronco é importante que nos aguardemos o final da pesquisa.
O laboratório fica na UFRJ. Foram investidos R$ 4 mi em equipamentos que vão produzir bilhões de células-tronco, com capacidade para abastecer uma rede de até 70 laboratórios e hospitais do país.
Foi inaugurado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro o primeiro laboratório do Brasil voltado exclusivamente para estudos com células-tronco embrionárias. É um dos mais modernos do mundo.
O laboratório fica na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foram investidos R$ 4 milhões em equipamentos que vão produzir bilhões de células-tronco, com capacidade para abastecer uma rede de até 70 laboratórios e hospitais do país.
“O Brasil esta muito bem posicionado porque se adiantou foi possível elaborar uma lei favorável ao uso de células-tronco embrionárias humanas. Então nos estamos muito bem posicionado internacionalmente”, disse o diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Roberto Lent.
Aqui serão criados dois tipos de células-tronco. As embrionárias são produzidas a partir de embriões humanos congelados entre cinco e sete dias após a fertilização in vitro. Embriões que seriam descartados nas clínicas de reprodução. O material pode ser usado, por exemplo, nas pesquisas para o tratamento do Mal de Parkinson. Cientistas tentarão criar células de neurônios que serão testadas em camundongos doentes. Mas ainda não um prazo para a aplicação em seres humanos.
Outro tipo é a célula-tronco induzida, feita a partir de uma amostra da pele do próprio paciente.
As células recebem um material genético de embriões humanos, mudam de comportamento e passam a gerar células de todos os tipos, para qualquer órgão do corpo.
Pesquisadores de vários países que hoje trabalham com células-tronco encontram problemas , como a contaminação das células por bactérias, além das possibilidades de rejeição e do surgimento de tumores nos pacientes.
Estes são também os desafios dos cientistas brasileiros no novo laboratório. “Nós temos as melhores condições de trabalho e os melhores equipamento pra se produzir essas células nas condições que se espera pro desenvolvimento dessa área visando a aplicação em humanos, quando essa aplicação se mostrar de fato viável, a partir de estudos que estão sendo desenvolvidos no Brasil e no mundo”, disse o pesquisador, coordenador do laboratório, Stevens Rehen.
Mayana Zatz é professora de Genética Humana e Médica do Departamento de Biologia, Instituto de Biociências da Universidade São Paulo, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano – IB -, presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular e membro da Academia Brasileira de Ciências.
Células-tronco
Células-tronco são células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.). Sua utilização para fins terapêuticos pode representar talvez a única esperança para o tratamento de inúmeras doenças ou para pacientes que sofreram lesões incapacitantes da medula espinhal que impedem seus movimentos. As células-tronco existem em vários tecidos humanos, no cordão umbilical e em células embrionárias na fase de blastócito. Pesquisas com células-tronco, porém, estão cerceadas pela desinformação ou por certas posições religiosas que vêem nelas um atentado contra a vida em vez de um recurso terapêutico que possibilitará salvar muitas vidas.
Dr. Drauzio Varella entrevista a Professora de Genética Mayana Zatz
Caracterização das células-tronco Drauzio – O que são células-tronco? Mayana Zatz – São células que têm a capacidade de diferenciar-se em diferentes tecidos humanos. Existem as células-tronco totipotentes ou embrionárias, que conseguem dar origem a qualquer um dos 216 tecidos que formam o corpo humano; as pluripotentes, que conseguem diferenciar-se na maioria dos tecidos humanos, e as células-tronco multipotentes que conseguem diferenciar-se em alguns tecidos apenas.
Drauzio – No momento da fecundação, quando o espermatozóide fecunda o óvulo, começam as primeiras divisões celulares e surgem as células totipotentes que vão obrigatoriamente dar origem a todos os tecidos do corpo. Essas células permanecem no indivíduo pelo resto da vida? Mayana Zatz – As totipotentes não. Elas existem até quando o embrião atinge 32 a 64 células. A partir daí, forma-se o blastocisto cuja capa externa vai formar as membranas embrionárias, a placenta. Já as células internas do blastocisto, que são chamadas de totipotentes, vão diferenciar-se em todos os tecidos humanos. Drauzio – Quer dizer que para obter uma célula totipotente é preciso pegar um óvulo fecundado e colhê-la nas primeiras divisões? Mayana Zatz – Precisam colhê-la até a divisão em 64 células. Indicam as pesquisas ainda em andamento que até 14 dias depois da fecundação, as células embrionárias seriam capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos. Depois disso, começam a dar origem a determinados tecidos. Os adultos conservam células - por exemplo, na medula óssea - que têm a capacidade de diferenciar-se em vários tecidos, mas não em todos. Elas também existem no cordão umbilical, mas já são células-tronco adultas que não conservam a capacidade das células embrionárias.
Drauzio – Quando se trabalha com reposição de tecidos, é possível pegar células pluripotentes da medula óssea, ou seja, do tutano do osso, aquele tecido gorduroso que vai dar origem aos elementos do sangue, e obrigá-las a transformar-se, por exemplo, em neurônios no cérebro? Mayana Zatz – Essa é a grande questão. Alguns anos atrás, quando se começou a trabalhar com células-tronco, os estudos diziam que sim, mas agora isso está sendo questionado. Um exemplo é o grupo de pesquisadores do Rio de Janeiro que fez um trabalho com células-tronco em pessoas cardíacas. Hoje se discute se realmente essas células se diferenciaram em células cardíacas ou se simplesmente melhoraram a irrigação do coração. No momento, a única coisa a respeito da qual se tem certeza é que as células-tronco de origem embrionária conseguem diferenciar-se em todos os tecidos do organismo.
Células-tronco no cordão umbilical Drauzio – Estou insistindo nisso, porque constitui um ponto crucial do debate que se estabeleceu sobre as células-tronco, essas totipotentes que podem diferenciar-se em qualquer tecido e têm de ser buscadas nas primeiras fases de desenvolvimento do embrião. Se pudermos obter as células pluripotentes que persistem na vida adulta, parte do problema estaria resolvida. Mayana Zatz – Esse é um ponto crucial, especialmente se considerarmos que o cordão umbilical, fonte de células-tronco melhor do que a medula espinhal, vai para o lixo quando o bebê nasce. Por isso, estamos brigando para que se façam bancos públicos de cordões umbilicais, apesar de não sabermos se as células-tronco neles existentes têm mesmo a capacidade de diferenciar-se em outros tecidos e, caso tenham, em que tecidos poderão diferenciar-se. No entanto, como já não se discute mais que o cordão umbilical é a melhor fonte células para tratamento da leucemia e de inúmeras outras doenças hematológicas e como se estima em praticamente 100% a chance de encontrar uma amostra compatível num grupo de dez a doze mil amostras de cordões, a criação desse banco estaria plenamente justificada. Drauzio – Como funcionariam esses bancos de cordão umbilical? Mayana Zatz – Quando uma pessoa tem leucemia, é preciso procurar um doador compatível e se tenta achá-lo na família do doente, por exemplo, numa irmã ou num primo que possa doar a medula óssea. Às vezes, o paciente tem a sorte de conseguir; às vezes, não e entra numa fila à espera desse doador compatível, um adulto que esteja disposto a doar sua medula. Imagine, porém, que existam bancos de cordão umbilical com células-tronco boas para o tratamento da leucemia. Se houver 12 mil, 15 mil amostras, certamente será encontrada uma compatível, o que tornará desnecessária a procura de um parente para doação. O processo é semelhante ao dos bancos de sangue, com a diferença de que o sangue tem menos combinações possíveis.
Mistério da diferenciação Drauzio – Vamos imaginar que por alguma razão, experimento científico ou tentativa de tratamento de uma doença, seja necessário colher essas células totipotentes que são capazes de diferenciar-se em qualquer tecido. O potencial teórico de possibilidades de tratamentos com essas células é tão variado que, pessoalmente, não consigo sequer enxergar seus limites. Você poderia explicar como essas células retiradas do embrião se transformariam em tratamento para as mais diversas doenças? Mayana Zatz – É preciso deixar o embrião chegar à fase de blastocisto, isto é, com 64 células, o que leva no máximo cinco dias. É fundamental deixar claro o processo para as pessoas entenderem o que pretendemos. O blastocisto é um montinho de células menor do que a ponta de uma agulha, e ninguém está pensando em destruir embriões, muito menos fetos. A idéia é cultivar essas células em laboratório de maneira que se diferenciem no tecido desejado. O corpo humano, porém, guarda um mistério que ainda não foi decifrado. Como se sabe, depois da fecundação, a célula se divide em duas, de duas em quatro, de quatro em oito e assim sucessivamente até atingir a fase de algumas centenas de células com o poder de diferenciar-se em qualquer tecido. No entanto, em determinado momento, elas recebem uma ordem e umas se diferenciam em fígado, outras em ossos, sangue ou músculo, por exemplo. Daí em diante, todas as suas descendentes, de acordo com essa mesma ordem, continuarão diferenciadas: a célula do fígado só vai dar origem a células do fígado; a do sangue, só a células do sangue. Não descobrimos, ainda, como funciona essa ordem que a célula recebe para diferenciar-se nos diferentes tecidos. Em nossas pesquisas, estamos utilizando células-tronco do cordão umbilical e cultivando-as junto com células musculares. Como trabalho com doenças neuromusculares, quero que elas se diferenciem em músculo.
Drauzio – Como está sendo desenvolvida essa pesquisa? Mayana Zatz – Na verdade, estamos fazendo duas pesquisas. Uma estudando só os resultados do contato, da vizinhança entre a célula-tronco e a célula muscular. A segunda, cultivando a célula muscular e utilizando o meio de cultura para colocar a célula-tronco ainda indiferenciada a fim de verificar se naquele meio existem os fatores necessários para sua diferenciação em célula muscular. Como já disse, meu interesse nesse tipo de célula vem do meu trabalho com doenças neuromusculares. Há pessoas que nascem normais, mas a partir de determinada idade começam a perder musculatura por defeito do músculo ou dos nervos que deveriam estar enervando aquele músculo. Nas formas mais graves, a doença acomete meninos de 10, 12 anos que perderam a massa muscular e estão numa cadeira de rodas. Nosso objetivo com a pesquisa é, a partir de células-tronco, tentar substituir o tecido muscular que está se perdendo, o que de certa forma é uma maneira sofisticada de se fazer um transplante.
Drauzio – Você tem feito isso a partir de células colhidas do cordão umbilical? Mayana Zatz – Essas são as únicas células que posso conseguir. Infelizmente, a lei não permite o trabalho com células embrionárias.
Reação paradoxal Drauzio – Quero discutir esse ponto porque raras áreas da ciência criaram dificuldade tão grande de comunicação com a sociedade como essa do trabalho com células-tronco, justamente porque, para obter células totipotentes, é preciso fecundar um óvulo (o que é feito “in-vitro”, não dentro do útero materno) e esperar multiplicar algumas vezes para obter a célula-tronco. Isso criou um debate, a meu ver descabido, que é o debate do abortamento, como se estivesse sendo feito um pequeno abortamento “in-vitro”. Ora, se pegarmos um adolescente que foi parar num hospital depois de um acidente de moto e através de vários exames for constatada sua morte cerebral, se a família estiver de acordo, estamos autorizados a retirar o coração e outros órgãos para transplantá-los numa pessoa que precise. A sociedade não só aceita esse ato da medicina como o considera louvável. No entanto, qual foi o princípio que orientou esse procedimento? O sistema nervoso tinha deixado de funcionar, não havia mais condição humana e a vida era apenas vegetativa. Agora, se pegarmos um óvulo, esperarmos que se multiplique em poucas células, nas quais não existe o menor esboço de sistema nervoso central, considerar isso um atentado contra a vida não parece, no mínimo, uma coisa do outro mundo? Mayana Zatz – Acho que é uma coisa do outro mundo e que existe muito desentendimento e desinformação, porque a proposta é usar os embriões que sobram nas clínicas de fertilização e vão para o lixo. Veja o que acontece. O casal tem um problema de fertilidade, procura um centro de fertilidade assistida, juntam-se o óvulo e o espermatozóide e formam-se os embriões. Normalmente são dez, doze, quinze embriões, alguns de melhor qualidade, mas outros malformados que não teriam a capacidade de gerar uma vida se fossem implantados num útero e vão direto para o lixo. Esses embriões descartados serviriam como material de pesquisa para fazer a linhagem de células totipotentes. A segunda hipótese refere-se aos casais que já implantaram os embriões, tiveram os filhos que queriam e não vão mais recorrer aos embriões de boa qualidade que permanecerão congelados por anos até serem definitivamente descartados. Drauzio – E esses também vão morrer… Mayana Zatz – Esses embriões têm potencial de vida baixíssimo. Muitos teriam potencial zero mesmo que fossem implantados. No entanto, sabe-se que não serão aproveitados e que, um dia, também serão jogados no lixo. Por incrível que possa parecer, quando se discute a utilização desses embriões, o que mais se ouve dizer é que estamos destruindo vidas. Na verdade, se há alguma destruição é a das pessoas com doenças letais que estão perdendo a possibilidade de serem tratadas a partir de células-tronco embrionárias. Embora não se possa afirmar ainda que esse tratamento exista, segundo tudo indica, é enorme potencial que elas oferecem para consegui-lo.
Contra a vida Drauzio – Você não acha que os indivíduos que se opõem a esse tipo de pesquisa em nome de uma pretensa defesa da integridade da vida, na verdade estão agindo contra a vida porque impedem que pessoas, estas sim vivas, tenham condições de defender-se de doenças gravíssimas, como essa a que você se referiu? Mayana Zatz – Sem dúvida. Quem proíbe esse tipo de pesquisa é contra a vida. Eu queria ver se alguém com o filho na cadeira de rodas, sabendo que ele está condenado, teria a coragem de olhar nos olhos dessa criança e dizer: “Olha, o embrião congelado é mais importante do que a tua vida!” Por isso, defendo que é preciso ouvir as pessoas portadoras dessas doenças, porque representam um drama enorme que a população desconhece. Quando se fala em tratamento, em geral se pensa em Parkinson e Alzheimer, doenças extremamente importantes, mas que acometem pessoas mais velhas. O drama maior enfrentam as crianças e jovens que estão morrendo e das quais se está tirando a única esperança de tratamento.
Drauzio –Considerar que um óvulo fecundado por um espermatozóide num tubo de ensaio, depois de três ou quatro divisões, é uma vida com o mesmo direito da criança que está na cadeira de rodas, sentindo-se cada vez mais incapacitada, é revoltante. Nesse caso, não seria exagero encarar a masturbação masculina como um genocídio em potencial. Mayana Zatz – Nesse sentido, toda a vez que a mulher menstrua também perde a chance de ter um óvulo fecundado e está desperdiçando uma vida naquele momento.
Clonagem terapêutica Drauzio– Em que consiste a técnica de clonagem terapêutica? Mayana Zatz – A clonagem terapêutica é uma técnica que também possibilita a obtenção de células-tronco embrionárias. Vamos considerar duas hipóteses distintas. Primeira: se eu pegasse, por exemplo, uma célula sua, tirasse o núcleo e colocasse num óvulo sem núcleo e, quando começasse a dividir-se, eu o implantasse no útero de uma mulher, caso a gestação fosse para frente, eu teria um clone do Drauzio. Somos absoluta e frontalmente contra esse tipo de clonagem. Os experimentos feitos com a ovelha Dolly e outros animais mostraram que a clonagem é um desastre e as academias de ciências de 63 países, entre eles o Brasil, já se pronunciaram contra qualquer tentativa de clonagem reprodutiva humana. Não é nem por questão de ética. O risco de malformações é tão grande que seria o mesmo que liberar um remédio sabendo que ele mata ou deixa as pessoas aleijadas. A clonagem terapêutica, no entanto, pode ser usada para fabricar tecidos. Se eu pegar uma célula, tirar o núcleo, colocar num óvulo sem núcleo e ela começar a dividir-se, vou obter células-tronco com a capacidade de diferenciar-se em todos os tecidos humanos. Nesse caso, se uma pessoa sofrer uma lesão num acidente, teoricamente, posso conseguir uma medula nova ou qualquer outro órgão com a vantagem de que não serão rejeitados porque têm a mesma constituição do organismo do receptor. Existem, porém, pessoas que se opõem à utilização dessa técnica porque acham que vai abrir caminho para a clonagem reprodutiva, embora esteja claro que, não havendo a transferência para um útero, nunca se conseguirá produzir um clone.
Drauzio – É o mesmo que ser contra o transplante de rins porque seria possível pegar uma criança na rua, anestesiá-la, extrair seu rim e transplantá-lo para outra pessoa, apesar das leis que impedem categoricamente esse procedimento. Mayana Zatz – Qualquer técnica tem prós e contras. Não faz muito tempo, um editor do jornal O Estado de São Paulo fez uma comparação muito elucidativa. Comparou a clonagem reprodutiva com a eletricidade. Ninguém discute os benefícios que a eletricidade trouxe, mas todos sabem que podem morrer com um choque elétrico. Por causa desse risco teria cabimento proibir o uso da eletricidade? Recentemente, um grupo coreano conseguiu fazer uma pesquisa com 16 mulheres que doaram óvulos para os quais foram transplantados núcleos de células dessas mesmas mulheres. O resultado foi que 25% deles conseguiram crescer, chegar ao estágio de blastocisto e deram origem a células-tronco pluripotentes capazes de transformar-se em qualquer tecido daquelas mulheres.
Em prol da vida Drauzio – Enfrentamos uma verdadeira guerra legal a respeito do tema clonagem. Como você vê a legislação brasileira que aborda o assunto? Vamos poder avançar nessa área ou seremos empurrados para os subterrâneos da ciência? Mayana Zatz – Tínhamos um projeto de biossegurança escrito por Aldo Rabelo que abordava tanto o problema dos transgênicos como a pesquisa com células-tronco embrionárias. Entretanto, apesar de o projeto ser muito bom e permitir avanços nessas duas áreas, foi rejeitado pela Câmara dos Deputados que proibiu as pesquisas com células-tronco e a plantação de plantas transgênicas sem considerar o benefício gigantesco que estas últimas, por exemplo, poderiam representar para a população em geral. Esse projeto foi encaminhado para o Senado e nós propusemos sugestões tentando incluir nele a possibilidade de usar os embriões descartados para fazer clonagem terapêutica. Por enquanto ele está parado e, se não for aprovado, estaremos ficando realmente para trás, o que vai ser uma lástima porque vários laboratórios no Brasil dominam essa tecnologia e só estão esperando autorização do governo para iniciar as pesquisas. Drauzio – Além da ignorância, o que move as forças contra esse tipo de trabalho? São interesses políticos, religiosos ou de que outro tipo? Mayana Zatz – Nessa votação que houve na Câmara dos Deputados, parece que a oposição foi feita por grupos religiosos motivados pela idéia de que mexer no embrião é destruir uma vida. Drauzio – Sempre me pergunto que direito têm essas pessoas de impedir o tratamento e a cura de tanta gente que sofre? Mayanaa Zatz – Esse é um aspecto extremamente importante a ser discutido. De novo vale a pena considerar que essas pesquisas estão liberadas na maior parte dos paises da Europa, no Canadá, Austrália, Japão e Israel. Portanto, se amanhã houver tratamento fora do Brasil, o governo terá de pagar royalties por eles. Podendo usar embriões para curar doenças, será que as pessoas da Comunidade Européia ou esses outros países valorizam menos a vida do que nós ou é exatamente o contrário? Site: www.genoma.ib.usp.br
Gabriel tem 8 anos e, como toda criança na sua idade, tem sonhos. O seu maior sonho é ser goleiro. Porém, uma paralisia cerebral afeta principalmente seu lado motor e dificulta ter equilíbrio para ficar de pé, caminhar e correr.
Os pais de Gabriel sempre buscaram todos os procedimentos para melhorar seu quadro clínico. Agora, Gabi tem uma grande chance de entrar nesse jogo para ganhar.
Trata-se de um procedimento com células tronco realizado na China. Este tratamento tem um custo muito elevado, mas a esperança de alcançar esta vitória é ainda maior.
Contamos com sua ajuda para que Gabi agarre essa chance.
FELIZ NATAL E UMA NOVA ESPERANÇA PARA ESSES PEQUENOS: CÉLULAS-TRONCO!
Ajude nos a ajudar esses pequenos a realizarem o maior sonho de criança, que é ter um vida saudável e feliz e isso será possível com o tratamento com células-tronco na China!