terça-feira, 3 de agosto de 2010

AVANÇO CONTRA O CÂNCER COM O USO DE CÉLULAS-TRONCO

Médicos recuperam traqueia de jovem destruída por câncer a partir do uso de células-tronco

ITÁLIA - Uma adolescente britânica, de 19 anos, que sofre de câncer de traqueia, ganhou um novo órgão construído a partir de tecido de seu nariz e injeção de suas próprias células-tronco. Esta técnica evitou a aplicação de drogas contra rejeição e é mais um passo nesse tipo de transplante.

A jovem, não identificada, foi operada pela mesma equipe que em 2008 usou técnica similar na colombiana Claudia Castillo, de 30 anos, na Espanha. Ela sofria de um grave problema na traqueia. Só que neste caso, o grupo do doutor Paulo Macchiarini, professor na Universidade de Barcelona e na Escola de Medicina de Hannover, na Alemanha, implantou a estrutura de uma traqueia retirada de um cadáver, um homem de 51 anos. Antes, os cientistas submeteram o órgão doado a banhos de substâncias químicas fortes (um detergente enzimático) para destruir todas as células vivas do doador, deixando apenas uma espécie de fôrma, composta de colágeno.

Posteriormente ela foi devidamente repovoada com células da própria paciente. Dois tipos de células foram aplicadas: aquelas retiradas da própria região da traquéia e células-tronco adultas, cultivadas antes do transplante. Este ano, um menino britânico, de dez anos, passou pelo mesmo procedimento.

Assista ao vídeo com a experiência das células embrionárias nos Estados Unidos

Para a adolescente britânica, os médicos criaram uma traqueia biologicamente idêntica ao seu órgão de origem e injetaram as células-tronco um pouco antes do transplante. Apenas quatro dias depois da cirurgia, no último dia 13 de julho, no hospital italiano Careggi, a jovem já conseguia falar. A mesma equipe operou um theco de 31 anos. São necessários de dois a três meses para as células-tronco cobrirem completamente a traqueia e formar um novo órgão.

- Esta é uma solução única para um problema que não tinha qualquer saída, exceto a morte - diz Walter Giovannini, diretor do Hospital Careggi, em Florença. Os cirurgiões têm feito avanços no transplante de traqueias, mas em casos anteriores os órgãos foram fisicamente danificados por algum trauma. Já o câncer traqueia é raro e muito difícil de tratar porque é resistente à quimioterapia e radioterapia. E os transplante de dispositivos mecânicos para substituir a traqueia não se mostram eficazes.

Fonte: O Globo

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